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Foto do escritorMárcia Carini

Como viralizar seu projeto, ideia ou produto? As regras do marketing viral


Uma vez, um arquiteto muito querido me disse: "Marcinha, eu não vou mais fazer CASACOR SP...eu sinto que não "aconteci". Por que será?". Esse arquiteto tinha feito bons ambientes nessa mostra de decoração, era querido entre os fornecedores. E eu não soube o que responder. Fiquei com isso alguns anos na minha cabeça e, hoje, eu acho que...encontrei uma pista. Existem fórmula para viralizar. No vídeo acima, faço um resumo dessa fórmula e parte dela está no livro Made to Stick, de Chip e Dan Heath (em Português: Ideias que colam). Esse livro me levou a fazer um curso de marketing viral, da Wharton School, da Universidade da Pensilvania. É um curso online de quatro semanas.

O que eu vou falar aqui, pode ser adaptado para qualquer área. Uma ideia viraliza quando ela tem seis ingredientes básicos: 1) simplicidade 2) surpresa 3) concretude 4) credibilidade 5) emoção. Então, já que eu comecei falando sobre arquitetura vou permanecer no tema, mas agora usando um ambiente que viralizou. Pensa que quando alguém visita uma mostra de arquitetura, vai ver pelo menos 70 espaços, e ela vai se lembrar de poucos espaços (talvez se lembre apenas de partes de alguns deles). Em 2016, em São Paulo, na CASACOR, um espaço viralizou mais que os outros. Quem se lembra? Foi esse aqui: Estúdio Jaboticaba de Nildo José. Vamos ver como esse ambiente se enquadra perfeitamente nas premissas da viralização.



SIMPLICIDADE


Ele era um ambiente simples. Pequeno, sem paredes, poucos móveis, poucas cores, poucos objetos. Poucas informações para o visitante reter na memória. Porque...se você falar dez coisas para uma pessoa, pode ter certeza: ela vai se lembrar de apenas uma. Por mais elaborada e complexa seja sua ideia ou seu conceito, encontre o coração e simplifique. Na era Tik Tok, ideias simples viralizam porque elas são fáceis de repetir. Uma dança, uma dublagem que podem ser repetidas à exaustão por qualquer pessoa...em geral, são simples.

SURPRESA


Ele tinha um componente inesperado. Era a kokedama gigante, a jaboticabeira suspensa. Você entrava ali e o olho ia direto na kokedama, dando ao visitante uma incrível vontade de entender aquilo. Então, trazer a surpresa é dar só a ponta do mistério, reter a atenção com a quebra de padrão. Naquele ano, esse mesmo ambiente tinha um banheiro numa caixa. Que era também relativamente novo para os olhos do público em geral. Mas claro: foi a kokedama que chamou atenção. Ela foi usada muitas outras vezes. Ou seja...foi uma ideia em si, para além do ambiente, que viralizou. Mas nunca mais com o mesmo efeito.

CONCRETUDE


Ele era concreto. Não no sentido literal. Se as pessoas tivessem que descrever o espaço do Nildo José naquele ano, elas fariam isso com palavras concretas e fáceis de se recordar: estúdio pequeno, com uma jaboticaba pendurada e com um banheiro que ficava dentro de uma caixa. Para o resto da mostra: as pessoas usariam arquitetura contemporânea, decoração luxuosa, peças de design. Mas se você quer viralizar, entenda que o abstrato não se fixa na mente. Palavras como inovação, reflexão, soluções criativas, materializar, anseios e até novo morar...não fazem você viralizar. Seja concreto.

CREDIBILIDADE


Ele era crível. Ele tinha a proporção de um estúdio real, tudo nele era verdadeiro, em escala, era possível morar ali mesmo. Embora pareça óbvio, não é. Num caso como aquele, não era preciso dizer que ele tinha 43 m2. Você sentia ao entrar. Porque dizer 43 m2 não significa muita coisa na cabeça das pessoas, se a pessoa não é um arquiteto. Seja em uma ideia ou em um produto: a pessoa precisa se convencer sozinha. Se ela puder testar, melhor ainda. Eu acredito naquilo que eu testo. Eu acredito naquilo que o meu cérebro consegue referenciar. Quer mais exemplos de coisas concretas? Vamos lá: em vez de "entregamos qualidade", diga "fazemos você se sentir nas nuvens", em vez de "temos responsabilidade ambiental" diga "plantamos um campo de futebol de árvores a cada cadeira que você compra".

EMOÇÃO


Ele era emocionante. Ele tinha música bem selecionada. Ele tinha um perfume especial. Ele tinha objetos singelos, peças de design art. Me lembro bem do aviãozinho metálico da Bianca Barbato. Me lembro bem de uma foto dos pés com uma sandália, referência nordestina. Me lembro da cama ligeiramente desarrumada, convidando e não afastando. Esses componentes, junto a todos os outros, formava um conjunto emocionante. Some a isso o fato de que Nildo era um estreante e ele é, em si, alguém que se emociona com as coisas. Se você quiser saber onde está a emoção da sua ideia ou de seu espaço, existe uma técnica, que ficou bem conhecida em um livro que se chama "Start with Why": faça quantas vezes puder, a pergunta por que: Por que você quer comprar a foto de uma paisagem? Para colorir minha parede. Por que você quer colorir sua parede com uma paisagem? Porque eu me sinto mais alegre, mais aventureiro. Por que você quer se sentir aventureiro? Para eu me lembrar que existem mais do que essas quatro paredes no mundo. Se a foto é o seu produto, você vai vendê-la se souber mostrar que ela leva vida pra além da sua parede. Uma foto que faz seu mundo parecer maior.


Então, recapitulando: simplicidade, surpresa, credibilidade, concretude e emoção. Junte tudo isso e chance de viralizar será muito grande.


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