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  • Foto do escritorMárcia Carini

Maison & Objet Digital: Vincent Grégoire e a geração que vai regenerar o mundo

O tema (RE)Generation foi definido antes da pandemia e tinha outros contornos. Depois da pandemia o foco ficou de fato na palavra "Regenerar".

Vincent Gregoire na apresentação do tema (RE) Generation, da Maison & Objet, setembro de 2020
Vincent Grégoire, diretor de insights do Estúdio Nell Rodi

Maison & Objet, feira que acontece duas vezes por ano em Paris, e que, com a ajuda do escritório de tendências Nelly Rodi antecipa as trends do morar, está em formato 100% digital. O Showroom Virtual com os produtos é um grande catálogo no site. Mas o resumo das tendências, a curadoria das peças e as discussões sobre novas pesquisas acontecem em encontros via Zoom, com cadastro prévio.

Vincent Grégoire, diretor criativo do escritório Nelly Rodi, mostrou como o tema deste ano, definido muito antes da pandemia, acabou por ser miraculosamente perfeito para esse momento. O tema é (Re) Generation e foi apresentado em dezembro de 2019. Na época, foi apresentado como um jogo com a palavra Geração, a ser trabalhado em dois momentos: em janeiro, Generation Engagée (geração engajada), e em setembro Generation Augmentée (geração aumentada) - mais um jogo de palavras com a expressão “realidade aumentada”. Estava portanto bastante focado na geração Y e Z, seu engajamento sustentável na mudança do mundo (janeiro) e sua imersão digital (setembro). Mas, aí, veio a pandemia! E com isso, a palavra (Re)Generação ganhou novos contornos. E foi possível falar, de fato, em REGENERAR um planeta machucado por mortes, medo e meses de isolamento.

Essa aparente coincidência de palavras e significados me fez lembrar de quando entrevistei Nelly Rodi, em 2009. Ela dizia que, sem nunca imaginar o ataque às torres gêmeas, seu escritório envelopou com um véu negro o caderno de tendências referente a 2001. O exercício de observação e análise de tendências nos leva portanto a sentir, mais com o coração do que com o cérebro, para onde estamos indo.


Geração dos Millenials querem fluidez, experimentação e expressão
Como essa geração vive seu mundo

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Agora, um pequeno resumo dessa nova roupagem do Generation Augmentée, apresentado por Vincent:

A geração aumentada



A geração considerada para esse estudo de tendência une os nascidos entre 1980 e 2010 - portanto, falamos de Geração Y e Z - aqui chamada de geração Millenials, mas...aumentada. Essa geração representará 25% dos consumidores ativos no mundo em 2025. Muitos deles já são consumidores ativos e, nos Estados Unidos devem representar em breve 30% das vendas totais de produtos. Mas não é apenas o seu potencial de compra que interessa nesse momento.


Acostumados com crises mundiais:


Essa geração segura a barra desde 2001, com o ataque das torres gêmeas. Cresceu vendo atentados, crises econômicas intensas, crises ecológicas e crises de identidade.


As novas regras do jogo

Os nascidos depois de 2000 não conhecem o mundo sem internet. Viveram sob a cultura global, sob o olhar das redes sociais e com um mundo horizontal. Isso deu a eles algumas características diferentes - entre elas, fisicamente, olhos acostumados a telas e que portanto enxergam as cores de um modo diverso. É uma geração hiper conectada - um terço dela prefere se relacionar por meio do celular a falar pessoalmente com seus conhecidos.



O Millenials (consideradas aqui como a junção de Y e Z) vão dar as novas regras do jogo. E Vincent dividiu em quatro tópicos para facilitar que regras são essas: digital, bem-estar, Mix e tecnologia. (Mix, neste caso, vem da tendência Mix & Match já bastante discutida no último ano). Alguns highlighs:



Digital: essa é uma geração disposta a se engajar nas redes sociais, com campanhas como “Vidas Negras Importam” e “Me Too”, estão dispostos também a testar jogos, animações e funcionalidades. Mas lutam pela gratuidade do conteúdo. A internet é a referência para informações, ideias, imagens e contatos.



Bem-Estar: eles estão dispostos a confiar à tecnologia o papel de personal trainer, compram produtos tecnológicos como torneiras com cromoterapia ou chuveiros com óleos essenciais, fazem testes de DNA comprados pela internet. Além disso, descobriram o poder do descanso e do dormir, por isso, investem tanto em equipamentos para induzir o sono, como em colchões especiais ou quartos com funcionalidades inteligentes. No contexto da pandemia, esperam a purificação com equipamentos, com comida orgânica, fazem detox de pessoas, aceitam o isolamento com mais facilidade, pensam na ergonomia, meditam (com aplicativos), e apoiam empresas que se preocupam com design adaptado para as deficiências físicas.



Mix: eles são nômades, preferem compartilhar a ter, reutilizam, abandonam os carros (preferem as bicicletas e os monociclos), sabem trabalhar bem a distância, são independentes. Eles acreditam no poder das palavras: por isso, tanta decoração com frases em quadros, por isso tantas mensagens. Eles conseguem se encontrar mesmo em meio ao caos - então, misturam estampas, misturam estilos, misturam o clássico e o contemporâneo.



Teconologia: os millenials estão habituados aos algoritmos e ao reconhecimento facial. Não se assustam com a Inteligência artificial ou com a Neurociência. Nômades, querem autonomia - com baterias que durem muito, com energia solar, com energia eólica, com wifi, bluetooth e armários para produzir plantas. Também se acostumaram muito rapidamente aos robôs2 d que preparam alimentos e às impressoras 3D. Aproveitam a tecnologia dos códigos abertos e usam os aplicativos em que é possível inserir os seus dados para customizar (por exemplo, upload de fotos com mudança de cores ou aplicativos de decoração).


O quadro de palavra sintetiza em que momento estão esses jovens:




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